Renato Silveira
Empreendedor e Sócio Fundador da Brasil Postos. Consultor, professor e estrategista de marketing digital. Desenvolve ferramentas que melhoram os processos de capacitação e gestão de estações de abastecimento e lojas de conveniência.
Recentemente, a Americanas apresentou um rombo de 20 bilhões de reais que gerou seu pedido de recuperação judicial.
O rombo aconteceu porque a empresa não contabilizou a dívida com os bancos no seu balanço patrimonial, o que causou um lucro irreal. Isso evidencia a importância de um controle rigoroso do fluxo de caixa líquido em qualquer negócio, inclusive em postos de combustíveis.
A falta de clareza nos balanços contábeis e o fluxo de dívidas com alongamento dos prazos de pagamento, podem comprometer seriamente a saúde financeira do estabelecimento e gerar riscos para sua continuidade.
É fundamental que os gestores estejam atentos e dediquem-se a manter suas contas em ordem para garantir a segurança e confiabilidade de suas atividades, além de evitar possíveis fraudes financeiras.
Mas afinal de contas o que aconteceu? O que seria esse rombo de 20 bilhões? E qual a relação do rombo da Americanas com a gestão de um posto de combustível?
Continue lendo esse post que vou lhe explicar o que aconteceu para que você empresário, revendedor de combustível ou gestor aprenda com esse exemplo e acenda a luz amarela na gestão contábil do seu negócio. Boa leitura!
Sobre o processo de pagamento de duplicatas da Americanas, a empresa utiliza uma estratégia comum de pagar os fornecedores por meio de um banco, onde uma instituição financeira quita a duplicata e a empresa posteriormente paga o banco com mais prazo e juros. Essa prática não é ilegal ou incorreta em si.
No entanto, surge o problema quando a Americanas não registra essa dívida com os bancos em seu balanço patrimonial, o que faz com que a empresa apresente lucros que não condizem com a realidade.
É intrigante que uma auditoria externa e independente, que supostamente atesta a veracidade das contas da empresa, não tenha identificado essa inconsistência nos últimos dez anos.
Recentemente, um novo gestor identificou a manobra autônoma em apenas nove dias após assumir o cargo, enquanto os demais funcionários que trabalham na empresa há anos não perceberam a irregularidade. É importante investigar e esclarecer as possíveis falhas das auditorias e dos processos internos da empresa para evitar situações semelhantes no futuro.
Para tornar a compreensão mais fácil, apresentarei a seguir os principais erros na gestão financeira da Americanas que podem ocorrer em qualquer empresa ou posto de combustível.
Falta de clareza no controle e balanços contábeis
A falta de clareza no controle e balanços contábeis em postos de combustíveis é um problema que pode levar a diversas consequências negativas, tanto para o próprio posto quanto para seus clientes e para o mercado em geral.
Quando as contas não são devidamente organizadas e os balanços não são claros, pode haver uma série de irregularidades, como a falta de pagamento de impostos, a venda de combustíveis adulterados ou fora das normas regulatórias, e até mesmo fraudes financeiras.
Além disso, essa falta de transparência pode prejudicar a concorrência no mercado, desestimulando a entrada de novos players e reduzindo a qualidade dos serviços oferecidos aos consumidores.
Por isso, é essencial que os postos de combustíveis sejam transparentes em suas operações e se dediquem a manter suas contas sempre em ordem, garantindo a segurança e a confiabilidade de suas atividades.
Acúmulo de dívidas e alongamento dos prazos de pagamento
O acúmulo de dívidas e o alongamento dos prazos de pagamento em postos de combustíveis são situações que podem comprometer seriamente a saúde financeira do estabelecimento e gerar riscos para sua continuidade.
Quando há um excesso de contas a pagar e a entrada de receitas não é suficiente para cobrir esses compromissos, o posto pode acabar recorrendo a empréstimos e financiamentos, aumentando ainda mais sua dívida.
Além disso, o alongamento dos prazos de pagamento pode afetar negativamente a gestão do fluxo de caixa, dificultando o planejamento financeiro e levando a problemas de liquidez.
Para evitar essa situação, é importante que os postos de combustíveis adotem práticas de gestão financeira eficientes, como o controle rigoroso das despesas, o estabelecimento de políticas claras de crédito para clientes e a busca constante por melhores condições de negociação com fornecedores. Dessa forma, é possível reduzir o risco de acúmulo de dívidas e garantir a saúde financeira do estabelecimento a longo prazo.
Controle do fluxo de caixa líquido
O controle do fluxo de caixa líquido é fundamental para a gestão financeira de um posto de combustíveis. Esse controle permite acompanhar de perto as entradas e saídas de recursos financeiros, identificar possíveis desequilíbrios e tomar medidas para corrigi-los.
Além disso, o fluxo de caixa líquido ajuda na tomada de decisões estratégicas, como a definição de investimentos, a negociação de prazos com fornecedores e a elaboração de planos de contingência. Para ter um controle eficiente do fluxo de caixa líquido, é importante registrar todas as movimentações financeiras do posto, como vendas de combustíveis, recebimentos de cartões de crédito e débito, pagamentos de contas, salários e impostos.
É preciso também estabelecer um orçamento realista e acompanhar de perto a execução do plano financeiro. Com essas práticas, é possível garantir que o posto tenha um fluxo de caixa saudável e seja capaz de enfrentar os desafios do mercado com maior segurança e eficiência.
Conclusão
A história do rombo de 20 bilhões de reais da Americanas serve como um alerta para todas as empresas, incluindo os postos de combustíveis, sobre a importância da gestão financeira transparente e clara.
O acúmulo de dívidas e o alongamento dos prazos de pagamento podem comprometer seriamente a saúde financeira de um estabelecimento e gerar riscos para sua continuidade. Além disso, a falta de clareza no controle e balanços contábeis pode levar a diversas consequências negativas, como a falta de pagamento de impostos, fraudes financeiras e proteção da concorrência no mercado.
Por isso, é essencial que as empresas estejam atentas à gestão financeira de seus negócios e se dediquem a manter suas contas sempre em ordem, garantindo a segurança e a confiabilidade de suas atividades.