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Roberto James

Administrador e Mestre em Psicologia, professor, palestrante, especialista em comportamento do consumidor, especialista em logística, colunista das principais revistas do mercado.

Vivendo o varejo americano

Mercado de proximidade e o consumidor


Muito do que se tem falado sobre o mercado de proximidade no Brasil, já é vivido intensamente no varejo americano. Como já dito em artigos aqui no Blog do webPosto, o varejo americano é intenso e por isso as coisas rodam mais rápido.

O conceito de mercado de proximidades extrapola a questão de localização da loja, supermercado, lanchonete ou restaurante. Precisamos entender que a proximidade é relacionada ao consumidor, nisso um ponto bem localizado é importante, mas não mais decisivo. É preciso entender que a mudança de comportamento do consumidor excede a máxima do consumidor ir atrás do produto.

Essa mudança ocorreu devido aos grandes avanços da logística, do e commerce que possibilitaram que o produto chegasse aonde o consumidor está. Após os anos 2000 essa intensidade moveu a estrutura de compra do consumidor que passou a ficar mais exigente no processo de compra. Veja que para adquirir um produto imediatamente, somente em lojas físicas. Hoje o consumidor consegue comprar na Amazon e receber, dependendo da cidade no mesmo dia.

Veja como algo simples mudou a configuração de escolha do consumidor que, muitas vezes prefere escolher no site, comprar no app e pegar na loja física no mesmo dia ou até mesmo receber em casa algumas horas depois. Podemos classificar Mercado de Proximidade então como o conceito de estar perto do consumidor seja na escolha, na compra e no recebimento do produto.

Aqui nos EUA, talvez o consumidor mais exigente do mundo, tem uma quantidade muito grande de possibilidades. Opções a mais para o consumidor que faz o momento da escolha mais seletivo. As lojas de conveniência disputam com supermercados. Os postos de gasolina, são em sua maioria, do mesmo tamanho da loja de conveniência. É incrível ver quase 100% dos clientes que param para abastecer, entram na loja e compram algo.

As lojas de conveniência aqui nos EUA deveriam se chamar de ALL STORE, pois vendem de tudo. E muitas vezes você visita uma loja pertinho da outra e encontra produtos diferentes no mesmo bairro. Seleção de público. Quem visitou a NACS esse ano viu que Inteligência Artificial nos programas de gestão estão auxiliando a reposição, compra e escolha do mix, baseado no público que frequenta. Nada como estar próximo ao seu cliente que entender suas necessidades sem precisar perguntar no caixa: FALTOU ALGUM PRODUTO?

O uso de câmeras, aliadas a sistemas com inteligência artificial, tem reforçado o conceito de conhecer o seu cliente, seus hábitos e o mais importante, o que ele deixa de levar na sua loja. Falaremos mais disso em outro artigo. O importante é entender o conceito de mercado de proximidade e pôr em prática no seu negócio.

Andando pelas estradas americanas e visitando os pequenos comércios podemos ver a questão da proximidade pulsar no mercado e a velocidade das compras a cada dia aumentar. Aquela época de demora no consumo passou e o consumidor já chega querendo algo, com isso o poder de influência do vendedor começa a cair. Quanto mais o autoatendimento cresce mais aumenta o uso de smartphone para conhecimento, escolha e decisão de compra

Precisamos ficar atentos ao consumidor e usar os conhecimentos gerados sobre esses novos conceitos de proximidade dentro do negócio urgente. Isso não é para ser aplicado nos próximos anos. Deve ser aplicado agora. Claro que com um bom planejamento.

Como disse no artigo anterior, o varejo americano já abraçou o conceito de mercado de proximidade. O mais importante é focar no processo de montagem de loja. É necessária muita pesquisa, compreender o público que você quer atender e o que frequentam seu estabelecimento. Não podemos ficar para trás e deixar que as grandes redes de lojas de conveniência tomem algo que é pertinente aos postos de combustíveis.

Roberto James

Autor e Mestre em Psicologia

Especialista em comportamento do consumidor