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Marcelo Borja

Graduado em Ciência da Informação com Pós em Gestão de Pessoas e MBA em Administração de Empresas, Marcelo Borja tem experiência na rotina de postos desde 1998.

Frentista: Uma breve história do Tempo

“O frentista de posto de combustível, ou simplesmente frentista, é o profissional que trabalha na linha de frente de um posto de combustível. Além de abastecer os automóveis com combustíveis, eles também realizam outras atribuições, como limpeza de pára-brisas e verificação dos níveis de óleo do veículo.”

Esta é a definição do Wikipédia, que longe da minha incapacidade de análise e sem querer criticar a plataforma, é simplista e limita um(a) profissional extremamente habilidoso(a) a uma condição de estar a frente.

Mas voltarei no tempo para argumentar e colocar meu ponto de vista em pelo menos 3 fases do nosso negócio, com foco no profissional de atendimento, espero que gostem do artigo.

Até a década de 70, esse profissional também tinha o nome de bombeiro, pois “mexia na bomba”. Para efeito de análise vou destacar 5 pontos:

1- RELAÇÃO COM O EMPREGO: Era praticamente vitalício, pois o Posto de Gasolina era visto como algo que jamais quebraria, portanto, trabalhar lá era, em muitos lugares, a melhor opção de emprego.

2- COMPROMISSO COM O TRABALHO: Extremamente alto. Era uma época em que as pessoas evitavam a todo custo perder um dia de trabalho, se dispunham a cumprir as regras do Posto e tinham orgulho de vestir o uniforme da empresa.

3- SALÁRIO DO EMPREGADO: Recebia um salário fixo por mês, ainda não havia benefícios conquistados pela categoria ou pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)

4- SABER FUNCIONAL: Era muito baixo, não por falta de capacidade dos profissionais, mas era outro mundo, não existiam aplicativos, eram 5 montadoras de veículos no Brasil, nem cartão de crédito existia.

5- ATENDIMENTO: Era quase que colocar o bico no tanque e perguntar quanto vai, pronto!

A partir dos anos 90, com a abertura do Mercado de Combustíveis muita coisa mudou. Surge um novo cenário desconhecido do antigo e tradicional revendedor, que agora tem que lidar com algo chamado de “Guerra de Preços “, que no fundo é uma fogueira das vaidades onde quem não quebrar. Daí o bombeiro, passa a ser chamado de Frentista, e começa também uma mudança na sua rotina.

1- RELAÇÃO COM O EMPREGO: Já começa a ser para alguns um emprego de passagem, um tempo de chuva onde por não conseguir algo melhor, vai para o posto mesmo.

2- COMPROMISSO COM O TRABALHO: Não mais fiel como antes, o índice de absenteísmo aumenta e raramente temos um mês inteiro com a equipe completa. A sensação de não compromisso em muitos impregna-se na equipe, fazendo muita gente, mesmo gostando do que faz, reclamar do Posto em que trabalha.

3- SALÁRIO DO EMPREGADO: Recebia um salário fixo por mês, e agora benefícios assegurados por lei, como vale transporte, cesta básica em algumas regiões, vale refeição entre outros. Que podemos considerar condições mínimas de trabalho e que mais do que justo que o recebam.

4- SABER FUNCIONAL: Multifuncional, com mais de 30 montadoras no Brasil, o conhecimento sobre veículos exigiu um aumento da sua capacidade funcional, como abrir um capo e checar água, óleo e fluídos do carro. As cartas-frete e os cartões de crédito dominavam o mercado e saber calcular uma carta e passar todos os cartões era um desafio também.

5- ATENDIMENTO: Muitos postos introduziram a partir desta fase metas para vendas, fazendo com que a venda de produtos automotivos fosse uma realidade que o antigo bombeiro não vivia. Daí a necessidade de cumprimentar, ser gentil e atencioso fazem parte do padrão de atendimento, mas de vendas também.

E aí fechamos depois de 2020 com uma perspectiva diferente do antigo bombeiros e frentistas, passando a ser considerado pelo Posto como Vendedor(a) de Pista, pois entendeu-se que ele ou ela não simplesmente reagia e atendia, mas eram fundamentais na venda de produtos, principalmente gasolinas premium, que praticamente não tinham metas nas décadas anteriores aqui citadas.

1- RELAÇÃO COM O EMPREGO: Infelizmente, muitos não ficam mais que um ano na empresa. Não apenas pela dificuldade do trabalho, mas o nosso mercado tem necessidade de pessoas que trabalhem aos domingos e feriados, e hoje são muitos os que falam “eu quero”, quando você diz: “ok, vamos trabalhar”, desistem com menos de 30 dias.

2- COMPROMISSO COM O TRABALHO: A pior das 3 fases que citarei neste artigo: hoje o vendedor de pista avisa pelo ZAP que não vai mais trabalhar, isso numa sexta feira às 17:00, se você questionar o motivo a resposta talvez seja quase infantil: por que não quero mais. Por isso a importância de os Postos terem um RH voltado também para a retenção de talentos.

3- SALÁRIO DO EMPREGADO: Recebe um salário fixo por mês, benefícios assegurados por lei, como vale transporte, cesta básica em algumas regiões, vale refeição, PLR entre outros e um salário variável. Muitos vendedores que conheço recebem mensalmente em torno de 30% a mais do seu salário somente em comissões ou gratificações. Acho muito difícil um Posto hoje manter um bom atendimento e um padrão de vendas considerado muito bom, sem criar salários variáveis para os vendedores.

4- SABER FUNCIONAL: Conhecer a rotinas do Posto, trabalhar no caixa, explicar ao cliente sobre programas de fidelidade, conhecer sobre lubrificantes, fluídos de freio, fluído de arrefecimento, trocar palhetas, calibrar pneus, conhecer e aplicar normas de segurança de acordo com NR 20 e ABNT 15594/1, explicar um pouco de tudo… e ainda sorrir!!!!

5- ATENDIMENTO: Alguns postos têm diminuído seu quadro de vendedores de pista para reduzir despesas e colocam um frentista para vender num posto da cidade, mais de 60.000 litros por mês de combustíveis. Ele até abastece, mas só vai conseguir fazer isso. Não espere venda de automóveis ou um bom atendimento, se ele estiver em pé no final do dia, pode comemorar.

As 3 fases lidam com mudanças culturais, de processos e principalmente de pessoas, que evoluem e precisam de direcionamento e capacitação. Convido você que leu meu artigo a se inscrever e colocar todo seu time de pista para treinar comigo de 12 a 14 de dezembro ao vivo pelo aplicativo Zoom, no Curso de Formação e Transformação de Frentistas.

Este curso aumentará o conhecimento, apresentará um padrão de atendimento atual e deixará seu time mais motivado. Lembrando que cliente webPosto tem 50% de desconto em cada inscrição, forte abraço.