Posto sem frentista? Saiba agora tudo sobre o assunto
O 2021 está bem movimentado no setor! Após a autorização da venda de etanol direto das usinas para postos, do fim da fidelidade à bandeira e até um ensaio para a liberação de venda por delivery de combustíveis, um novo tema tem gerado burburinho: a possível liberação de postos sem frentista.
Além dessa novidade, outra proposta está em pauta: as regras de comercialização de veículos a diesel. Bora saber mais sobre o assunto? Então, continue a leitura.
Posto sem frentista
Para tentar conter a disparada dos preços dos combustíveis no país, o Governo tem tentado criar propostas para minimizar os altos valores praticados nas bombas.
Em uma nova tentativa de diminuir os valores, parlamentares da câmara dos deputados estão tentando incluir duas emendas na MP 1.603, a mesma que decreta o fim da fidelidade à bandeira.
A ideia então é cortar custos no valor do combustível desobrigando a contratação de frentistas para o posto. “Uma coisa é certa: com um custo a menos, o preço cai. Sempre cai”, garantiu Kim Kataguiri (DEM-SP) em entrevista a Quatro Rodas.
O valor do gasto com o funcionário estaria embutido na porcentagem de lucro que o posto obtém na venda do combustível. Só para se ter uma ideia, hoje, 11% do litro da gasolina é derivado dos gastos/lucros do posto.
Proposta gera polêmica no setor
A possível aprovação da emenda tem gerado preocupação no setor. A Federação Nacional dos Frentistas (Fenepospetro) afirma que o fim da obrigatoriedade põe em risco 500 mil empregos no Brasil.
Já o Sinpospetro-RJ acredita que, além da eminente perda ou até mesmo extinção da profissão, a medida pode gerar grandes riscos. Dentre eles, pela falta de conhecimento na manipulação dos combustíveis e até filas desnecessárias na hora do abastecimento. Por exemplo, já imaginou o quão perigoso é um cliente abastecer sozinho um veículo com um cigarro na mão?
A medida também não tem agradado muito os donos de postos, que por exemplo, questionam como será feita a fiscalização de abastecimento em embalagens não permitidas.
Medida adotada em vários países
Em outros países o posto sem frentista já é uma realidade. O autoatendimento já funciona, por exemplo, nos EUA desde 1950. Pelo menos 90% dos postos do país funcionam nesse modelo.
O Japão, eventualmente, diminuiu a quantidade de postos pela metade no país estimulando o sistema de transporte público. Agora, os postos que ainda resistem são totalmente automatizados e com serviço de autoabastecimento.
Na Europa essa também é uma realidade, em suma com uma diferença: os postos que contam com frentistas dão a opção de abastecimento pelo cliente ou pelo funcionário, onde é cobrada uma taxa maior pelo atendimento diferenciado.
Como funcionaria um posto sem frentista?
Para começar o posto precisa contar com um sistema de gestão. Portanto, por meio da ferramenta, a bomba seria zerada a cada utilização. O cliente então, poderia fazer o pagamento diretamente na bomba por meio de cartão ou se dirigir a uma espécie de caixa na conveniência.
De inicio a operação pode parecer complicada, mas ela é bem mais simples que a utilização de um caixa eletrônico ou de uma transação bancária, por exemplo.
Mudança na venda de carros a diesel
Outra emenda que pode ser incluída na MP 1.603 é a liberação irrestrita de veículos à diesel no país. Atualmente, só caminhões, ônibus, picapes com carga útil superior a 1.000 kg e utilitários com tração 4×4, por exemplo, podem usar o óleo diesel.
A venda de carros de passeio que funcionem com o combustível é proibida por lei no país desde 1976. Ela foi criada com intuito de reduzir a poluição gerada por enxofre na atmosfera. Atualmente, o Brasil é o único país do mundo com a restrição.
Próximos passos
No momento, uma comissão formada por deputados e senadores analisam a relevância do pedido. Em seguida, a Câmara dos Deputados deve votar no texto antes dele rumar ao Senado Federal.
A data limite para definição dos pedidos no Congresso é até dia 10/10. Portanto, após a data, a MP volta para Jair Bolsonaro para aprovação. Tendo em vista as investidas feitas pelo atual presidente para tentar reduzir o preço dos combustíveis e não encolher sua popularidade, o retorno, afinal, deve ser positivo para a aprovação.
A previsão é de que elas passem a vigorar a partir do dia 12/12, como de praxe, quatro meses após sua publicação no Diário Oficial.
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