ICMS DA GASOLINA: projeto aprovado vai diminuir os preços no meu posto?
O ICMS da gasolina há tempos vem sendo acusado de ser o grande vilão do alto preço praticado nas bombas de combustíveis. Para tentar diminuir os valores cobrados, foi aprovado pelo governo um projeto de lei que limita a cobrança da alíquota.
Vamos entender na prática como essa proposta de lei vai funcionar e como vai afetar o nosso setor? Então continue a leitura!
O que é e para que serve o ICMS?
O ICMS é a sigla para Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação. Regulamentado pela Lei Kandir (87/1996), é um tributo estadual e seus valores são definidos pelos estados e Distrito Federal.
O imposto é aplicado tanto para bens de consumo e comercialização no país, quanto para bens importados. Segundo o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação), o imposto é o que mais contribui para os cofres públicos. Ou seja, a maior fonte de renda fiscal do governo, sendo o valor usado na educação, saúde e segurança.
Para tornar o estado mais atrativo para empresas, cada um pode definir o seu valor a ser arrecado do imposto – de acordo com a lei. Por isso, vemos tanta diferença de valores cobrados em determinadas regiões.
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Entendendo a PL 18/22
Para começar, vamos simplificar os principais pontos aprovados no projeto de lei.
Além de mudanças no ICMS (que é estadual), o texto zera as alíquotas de Cide-Combustíveis e PIS/Cofins (tributos federais), incidentes sobre a gasolina, até 31 de dezembro de 2022.
Para se ter uma ideia, esse tributo já está zerado para diesel e gás de cozinha. Além do álcool hidratado e álcool anidro, que compõe o preço da gasolina.
Agora, produtos e serviços essenciais que sofrem impacto direto do preço dos combustíveis vão ter valor fixo de ICMS. O projeto estabelece o limite de 17% na alíquota. Dentre os afetados estão: os combustíveis, o gás natural, a energia elétrica, as comunicações e o transporte coletivo.
A diminuição de arrecadação do imposto pelos estados pode ter grande impacto nos cofres públicos estaduais. Já que estados como Santa Catarina possuem arrecadação de 25% no valor do ICMS, Minas 30% e o Rio 34%, por exemplo.
Mas sendo este um imposto tão importante para os cofres dos estados, como fica a economia deles?
Como a diminuição do ICMS da gasolina vai afetar os estados?
Um dos pontos propostos na PL 18/22 é o de compensação de redução da alíquota em juros das dívidas do estado. Neste caso, a União compensaria aqueles com redução maior de 5%. Estima-se uma perda anual de R$ 115 bilhões, sendo mais de R$ 27 bilhões para prefeituras.
Outro ponto importante é o da diminuição de arrecadação da alíquota para a educação pública básica. Já que a maior parte do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) é financiado pelo ICMS.
Por conta disso, a União compensaria os estados que não conseguissem cumprir com o mínimo previsto por lei destinado dos impostos à saúde e educação. Ou seja, 12% no primeiro e 25% no segundo.
Ambas propostas acima foram vetadas por Bolsonaro e devem voltar para votação no Congresso Nacional em 30 dias. Para a rejeição de um veto, é necessária a maioria absoluta de senadores (41 votos) e deputados (257 votos).
Outra proposta que está sendo discutida na Câmera é a de aumentar a taxação das exportações de petróleo. Com isso, a arrecadação seria usada para bancar a redução dos preços dos combustíveis. Se aprovada, a proposta vai precisar de um prazo de três meses para entrar em vigor.
Preços nas bombas vão diminuir?
Em tese, sim. De acordo com Jair Bolsonaro, a expectativa é de que valores caiam cerca de R$2 para gasolina e R$1 para diesel.
Entretanto é preciso entender que apenas uma parte do valor destes produtos sofre com o valor do ICMS. No caso do diesel, por exemplo, a remuneração da Petrobras é responsável, em média, por 52,6% do preço nas bombas, de acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo).
Mas de fato, é difícil prever uma redução, isto por conta da volatilidade do preço do petróleo no mercado internacional. Logo, ainda que os impostos diminuam, os combustíveis podem continuar ficando mais caros.
Além disso, é preciso lembrar que mesmo com a redução, reajustes anuais dos combustíveis podem acabar anulando o impacto inicial do corte feito.
Agora é preciso aguardar os desenrolares dos pontos que foram vetados na PL e como, de fato, ela vai afetar o bolso dos consumidores.
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