Chegamos ao final do primeiro semestre de 2020 ainda sob o forte impacto ocasionado pela pandemia do novo Coronavírus. No setor de combustíveis, os impactos também foram sentidos, com destaque para os aumentos constantes no preço do biodiesel.

Como consequência o valor do diesel nas bombas está mais alto e, claro, o consumidor final acredita ser culpa dos postos de combustíveis.

Neste artigo separamos para você as principais informações sobre a utilização do biodiesel no setor de combustíveis.

O que está ocasionando esses impactos?

Entre as suposições para essa elevação no valor do biodiesel está a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos. O que já acontece há algum tempo e fez o país oriental buscar outros fornecedores pelo mundo.

Alguns especialistas acreditam que outro fator que pode ter colaborado para esse aumento foi a elevação do percentual de biodiesel adicionado ao diesel de petróleo, de 10% para 11%.

O aumento para o patamar atual, de 12%, entrou em vigor em março e há quem diga que os produtores já pressionam por antecipação da mistura de 13%.

Além disso, as regras atuais preveem o aumento da mistura obrigatória uma vez por ano, até chegar a 15% em 2023.

Por outro lado, o MME e a ANP garantem que a oferta de biodiesel brasileira é capaz de abastecer a demanda nacional de diesel.

Para o setor de combustíveis, os novos preços podem representar um impacto de R$ 0,10 por litro no preço final do diesel, que leva 12% de biodiesel. Que era vendido no país, em média, a R$ 3,049 até a segunda quinzena de junho.

Em nota, o MME comemorou o resultado do último leilão, por ter registrado “o maior volume comercializado em um leilão bimestral e a maior movimentação financeira da história de comercialização de biodiesel”. Ao todo, foram vendidos 1,19 bilhão de litros a R$ 4,2 bilhões.

A Fecombustíveis solicitou esclarecimentos sobre tantos reajustes e promete levar o caso ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica – Cade. Portanto, especialmente para que o revendedor varejista não seja acusado de elevar os preços dos combustíveis, quando na verdade ele também está sendo impactado por toda essa cadeia de fatos.

Por que o Biocombustível precisa ser adicionado ao Diesel?

Desde o início do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), em 2004, o Governo Federal buscou tornar o biodiesel uma matriz energética brasileira. Em outras palavras, em uma grande cadeia de negócios com inclusão social, desenvolvimento regional com aumento da produção agrícola de soja, atividades de transporte, armazenamento, mistura e comercialização do biodiesel.

Já naquela época, os leilões de biodiesel foram a escolha para comercialização. Portanto, a estimativa do Governo era que os leilões também assegurassem a participação da agricultura familiar. Por exemplo, com pelo menos 80% do volume negociado oriundo de produtores detentores do Selo Combustível Social.

Vale explicar que o biodiesel é um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis que pode ser produzido a partir de gorduras animais e espécies vegetais como:

• soja;
• palma;
• girassol;
• babaçu;
• amendoim;
• mamona e pinhão-manso.

No Brasil, a soja é a principal matéria-prima utilizada. Além disso, ao longo dos anos, o uso crescente, bem como os testes para mostrar a sua eficácia na redução dos poluentes e na emissão de gases de efeito estufa (GEE) aumentou o interesse pelo produto. Depois disso, a grande necessidade do mercado mundial pelos biocombustíveis.

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