Escutou o clique da bomba?
Nem todo mundo sabe, mas aquela velha mania que muitos motoristas têm de encher o tanque de combustível até o topo é prejudicial para os veículos e para o meio ambiente. E quem diz isso é um especialista no assunto. Para Fábio Delatore, que é professor da pós-graduação em engenharia mecânica automobilística da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), o momento certo de interromper o fluxo de combustível é exatamente na hora que a bomba do posto faz o “clique” indicando que a capacidade máxima do tanque foi atingida.
Delatore explica que a entrada de combustível em excesso atinge o filtro do Cânister, peça responsável por filtrar as emissões de vapor liberadas pelo motor. Além de danificar esse mecanismo, que é composto por carvão ativado, essa prática pode fazer com que esse carvão seja sugado pela bomba de combustível, o que irá provocar falhas no sistema de injeção.
Como resultado, o motor perderá em desempenho e o carro pode demorar a pegar. Em 1990, uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) tornou obrigatório o uso do Cânister. Desde essa época, os veículos no Brasil já saem de fábrica com essa peça.
Proteção ao frentista
O enchimento do tanque após o travamento automático da bomba do posto já é proibido por lei no Rio de Janeiro e outros estados estão preparando legislações semelhantes. Em caso de descumprimento da lei, o infrator está sujeito a uma multa de R$ 13.559 mil. Em caso de descumprimento, esse valor pode chegar a R$ 27.119 mil. A medida foi adotada porque estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que o tanque cheio até a borda libera benzeno, um composto encontrado na gasolina que é associado ao risco de câncer no pulmão, colocando a saúde dos frentistas em perigo.
Fique atento
- Na hora de abastecer, peça ao frentista para parar quando a bomba emitir o “clique” sonoro;
- Não vá além da capacidade recomendada no manual do carro, que pode variar de veículo para veículo;
- Evite também rodar com o tanque vazio, pois isso também pode causar danos ao motor.
Fonte/foto: Blog ALE